Bavaria

Nesse post vamos dar detalhes da nossa viagem de carro pela Bavaria, região sudeste da Alemanha. Se você quiser ter uma visão geral do nosso roteiro, custos e dicas, clique aqui.

12/05/2023 – Sexta-feira

Deixamos a Brahma e a Judith (nossas doguinhas) no hotelzinho pela manhã. Nosso voo saiu de Düsseldorf às 13:30 e chegamos em Munique por volta das 14:40. Retiramos o carro no aeroporto, que usaríamos pelos próximos 7 dias. Um casal de amigos já estava no centro de Munique e fomos direto para lá encontrá-los. Existem vários estacionamentos subterrâneos, e paramos em um cuja saída fica no Eataly, muito próximo do Viktualienmarkt, onde encontramos nossos amigos, comemos e bebemos no biergarten que tem lá. O banheiro é “gratuito”, porém na entrada você vai encontrar uma pessoa que é responsável pela manutenção dos banheiros, e espera por uma gorjeta – vimos ela discutindo com várias pessoas, que estavam usando o banheiro e não estavam deixando nada no potinho de gorjeta.

Caminhamos um pouco pelo centro e entramos na Hofbräuhaus, a cervejaria mais famosa de Munique. Sempre está cheia e muito agitada, com a banda que toca de tempos em tempos as músicas típicas alemãs.

Já era final de tarde e os restaurantes estavam cheios, a Augustiner (também é uma cervejaria típica de Munique) tinha até fila do lado de fora. O Felipe acabou descobrindo uma Augustiner um pouco mais afastada do centro, e decidimos tentar jantar por lá.

Conseguimos uma mesa no andar de cima. A cerveja é incrível, mas a comida nesse tipo de lugar é sempre 8 ou 80. Nós não queríamos comer um prato enorme por pessoa, então tentamos buscar algo que fosse meio aperitivo – pedimos uma porção de linguiças artesanais, mas não valeu muito a pena.

De lá fomos para o nosso hotel fazer check-in e descansar para o dia seguinte.

13/05/2023 – Sábado

Tomamos o café-da-manhã meio tarde no hotel, passamos no mercado para comprar água e seguimos para o jogo de futebol: Bayern de Munich x Schalke, pela Bundesliga 22/23.

É super difícil de conseguir ingresso para as ligas européias, pois eles priorizam os sócio-torcedores. Entretanto existe um sistema legalizado de revenda de ingresso, e foi através dele que compramos os nossos ingressos, algumas semanas antes do jogo – o preço estava muito alto, mas não queríamos perder a oportunidade.

Nosso plano era assistir o jogo, buscar nossos amigos e seguir para a próxima cidade da nossa viagem: Garmisch-Partenkirchen. Se parássemos o carro muito próximo ao estádio, perderíamos muito tempo no transito. Foi quando o Felipe encontrou um Park & Ride: próximo a algumas estações de trem, você vai encontrar bolsões de estacionamento com a placa P+R (Park and Ride); eles servem para incentivar as pessoas a usar o transporte público principalmente em regiões onde existe grande concentração de trânsito. Nós paramos nosso carro no Park & Ride uma estação próxima ao Allianz Arena – pagamos somente 2 euros para estacionar, e compramos o bilhete do trem por mais 1,90 euros por pessoa.

A experiência foi bem curiosa: pagamos super caro no ingresso, no setor atrás de um dos gols, onde era proibido sentar. Isso mesmo! Ninguém conseguiu nos explicar o motivo, já que existem cadeiras no local. Cada pessoa que sentava na cadeira, os rapazes iam e pediam para levantar.

Copo 500ml cerveja: 7.50 euros

Lanche/cachorro-quente: 7.00 euros

Depois de assistir ao jogo, pegamos o trem – que estava lotado! Mas logo chegamos no estacionamento, pegamos nossos amigos e seguimos viagem para Garmisch-Partenkirchen.

Viajamos mais ou menos 1 hora e 20 minutos de carro, um percurso de 90km. Fizemos o check-in no hotel que reservamos, e fomos até o centro para jantar.

14/05/2023 – Domingo

Saímos cedo do hotel, tomamos café-da-manhã em uma padaria próxima e seguimos em direção ao Zugspitze.

Durante o planejamento da viagem, nós verificamos no site oficial a disponibilidade do bondinho – em algumas datas ele fica indisponível para manutenção. Também é possível checar os preços dos ingressos e comprar antecipadamente: o ticket de 1 dia custa 62 euros adulto, 49.50 euros jovens de 16-18 anos e 31 euros crianças de 6-15 anos (referência 2023/2024). Como a previsão do tempo não estava muito animadora, decidimos deixar para comprar o ticket na hora.

É possível chegar ao Zugspitze de trem a partir de Munique e de Garmisch-Partenkirchen; nós fomos de carro. Existem 3 ou 4 estacionamentos próximos ao bondinho, não tenho certeza mas acho que pagamos 5 euros o dia. Fomos até a recepção e pela câmera vimos que lá em cima estava bastante nublado, então decidimos primeiro conhecer o Eibsee – um lago que fica na base do Zugspitze.

Como o tempo estava meio ruim (inclusive enfrentamos uma garoa durante um trecho), estava bem vazio, porém vale muito a pena fazer a trilha que contorna o lago. A maior parte do percurso é plano, com algumas leves subidas e descidas que exigem pouco esforço pois  a trilha é muito bem estruturada. Nós caminhamos sem pressa, e parando em vários lugares para tirar fotos – demoramos mais ou menos 2 horas para completar o percurso.

O tempo melhorou enquanto caminhávamos pelo Eibsee, porém as câmeras do site ainda mostravam muita neblina lá em cima. Nós decidimos arriscar e subir, já que não tínhamos mais nada programado para esse dia.

No final das contas foi divertido, mas com certeza vale bem mais a pena fazer esse passeio com o céu limpo, já que a vista lá de cima é maravilhosa (de acordo com as fotos que vimos lá).

Voltamos para Garmisch-Partenkirchen para almoçar e passear pelo centro da cidade, que é muito bonito; também nos deparamos com música ao vivo dentro do Kurpark Garmisch.

Nos despedimos dos nossos amigos, que seguiriam para a Suíça, e arrumamos tudo para seguir nossa viagem no dia seguinte.

15/05/2023 – Segunda-feira

Saímos cedo, compramos algo para comer no mercado, e partimos para nossa próxima parada: Chiemsee, que é o maior lago da Bavaria, e o terceiro maior da Alemanha.

Percorremos 136km, e em 2 horas chegamos no Chiemsee Schifffahrt, ponto de partida dos passeios de barco. Existem alguns estacionamentos próximos ao deck, pagamos 3 euros pelo dia. Também é possível pegar o barco a partir de outro ponto chamado Chiemsee-Schifffahrt Ludwig Feßler – que parece ser o mais conhecido, entretanto não encontramos ele com facilidade no dia.

O valor do barco é 11.60 euros por pessoa (referência 2023), e por esse valor você consegue visitar as 2 ilhas: Frauenchiemsee (ilha das mulheres) e Herrenchiemsee (ilha dos homens), e retornar para o ponto de partida. A primeira que visitamos, mais próxima do porto de onde saímos, foi a Frauenchiemsee. É possível contornar a ilha a pé em minutos para aproveitar as paisagens, além de visitar o famoso Mosteiro das Freiras.

De lá, nós fomos para a Herrenchiemsee, que é uma ilha muito maior. Logo que você chega, existe uma bilheteria, e nós logo compramos o ingresso (10 euros por pessoa – referência 2023) achando que era obrigatório para entrar na ilha. Porém descobrimos que para conhecer o palácio por fora e o maravilhoso jardim, não precisa pagar. O ingresso que você compra é para uma visita guiada ao interior do palácio – que no fim das contas valeu a pena.

O Rei Luís II construiu 3 palácios/castelos na região da Bavaria: (1) Castelo de Neuschwanstein e (2) Palácio de Linderhof – que vamos falar sobre mais adiante, e (3) Palácio de Herrenchiemsee, que se trata de uma réplica do Palácio de Versalhes da França, cuja construção nunca foi finalizada. O Rei Luís II tinha uma admiração muito grande pelo Rei Luís XIV da França, e isso fica nítido depois que você visita esses castelos.

Deixamos o Chiemsee por volta das 17 horas, e seguimos viagem para Schönau. Foram 81km percorridos em 1 hora a 10 minutos. Depois do check-in decidimos sair para jantar, e encontramos TODOS os restaurantes lotados. A única opção foi voltar correndo para o hotel, e jantar no buffet a vontade lá mesmo.

16/05/2023 – Terça-feira

Tomamos o café da manhã no hotel e fomos até o Königsee, um lago onde faríamos mais um passeio de barco. Nós pagamos 6 euros no estacionamento válido pelo dia,, e passamos pelo centro de Informações turísticas para pegar um mapa e saber como funciona o passeio. Depois de uma breve caminhada pela vila na entrada, chegamos na bilheteria onde pagamos 27.50 euros por pessoa (referência 2023) pelo passeio de barco elétrico.

Fique atento aos horários caso visite o Königsee na alta temporada (Abril a Outubro); li relatos de pessoas que tiveram problemas para conseguir voltar, devido a quantidade de pessoas e filas imensas. No nosso caso, o tempo não estava nada amigável, então não tivemos problemas na hora de ir embora pois haviam poucas pessoas.

Em meio a algumas explicações sobre o lago (em alemão e inglês), no meio do percurso o barco pára e o barqueiro toca o trompete bem alto, e você consegue ouvir o eco soando entre as montanhas. Depois de 30 minutos, a primeira parada é no local onde fica a igreja de St. Bartolomeu – é possível fazer algumas atividades, incluindo subir uma trilha, mas devido ao mal tempo não conseguimos explorar mais. O restaurante estava aberto, entretanto o biergarten estava fechado.

Dali nós já poderíamos voltar para o ponto de partida, porém decidimos estender o passeio até a segunda parada: Obersee, um lago menor e que pode ser contornado através de uma trilha de mais ou menos 1 hora de duração. Assim que descemos do barco, começou uma chuva fina mas intensa. O Felipe levou a capa de chuva, mas eu acabei ficando enxarcada! A paisagem é maravilhosa, tiramos algumas fotos mas tivemos que voltar – não tenho dúvidas de que esse passeio em um dia ensolarado é incrível, e por esse motivo deve ficar bastante cheio. Resolvemos almoçar na vila do Königsee mesmo, já que tinha várias opções de restaurantes e não sabíamos se teria outras opções no caminho de volta.

A 10 km dali fica o Kehlsteinhaus, o famoso ninho da águia (The Eagle´s Nest). Hitler mandou construir uma casa no topo da montanha; era considerada sua casa de campo, onde se reunia com figurões da época (como Mussolini) para discutir estratégias e tomar decisões. Nós estacionamos próximo ao Obersalzberg, um centro de documentação da época do Nazismo. Ele estava fechado, entao seguimos o fluxo de pessoas, e encontramos uma bilheteria que vende o ticket do Ninho da Águia. Pagamos 5 euros para estacionar, e 30.80 euros por pessoa para visitar o local – o ônibus que leva até o topo da montanha está incluído nesse valor. Fique atento ao horário: se voce perder o último ônibus, vai precisar descer a pé.

Subimos pelo elevador, que é muito peculiar e parece manter a estrutura original – infelizmente é proibido tirar fotos lá dentro.

Ao chegarmos no topo, saímos dentro da antiga casa, que atualmente é um restaurante. Existem fotos antigas que contam um pouco da história do lugar, e infelizmente a nossa vista era pura neblina. Também deve ser um lugar incrível para visitar durante o verão.

Saindo de lá, nós retornamos para Munique, uma viagem de 160 km que percorremos em mais ou menos 2 horas.

17/05/2023 – Quarta-feira

Depois de tomar nosso café da manhã em Munique, saímos de carro para nosso bate-volta para Füssen. O plano do dia era visitar os 2 castelos que faltavam, da séria dos 3 construídos pelo Rei Luís II.

Nós viajamos 130 km por 2 horas, para chegar no Castelo Neuschwanstein, o castelo que serviu de inspiração para os castelos da Disney (Cinderela e Bela Adormecida). Estacionamos em um dos 5 bolsões que existem na cidadezinha (pagamos 10 euros pelo dia), e esperamos pelo ônibus que para em uma trilha próxima à entrada do Castelo. Eu digo próxima, mas é uma caminhada com trechos bem íngremes, então não é tão rápido para chegar na entrada.

Nós compramos o ingresso com antecedência, pois trata-se de um destino bastante popular, e preferimos não correr o risco – pagamos 17.50 euros por pessoa (referência 2023). A tolerância para atraso é ZERO, portanto se planeje para chegar 15 minutos antes, pois se você não estiver na entrada no horário do seu ticket, você perde ele e não tem reembolso.

Assim como nos outros castelos, é proibido tirar fotos da parte interna e o tour é guiado. Este castelo, assim como o Palácio de Herrenchiemsee, não foi finalizado. Depois que terminar, não deixe de seguir as placas para a ponte, de onde a vista para o castelo é de tirar o folego.

Paramos em Füssen para almoçar, a cidadezinha é muito bonita. Em seguida seguimos nossa viagem, até o último castelo do nosso roteiro, o Castelo Linderhof – foram 43 km rodados em 1 hora, por uma estradinha cheia de paisagens lindas, cruzando a fronteira com a Áustria.

O estacionamento foi 3 euros, e a entrada do castelo custou 10 euros por pessoa (referência 2023). Ele é super compacto mas cheio de detalhes e decorações bem peculiares. Ao contrário dos outros castelos/palácios, este foi completamente finalizado, e foi o lugar onde o Rei Luís II morou por mais tempo. Também não pudemos tirar fotos do interior, mas o jardim desse castelo é um show à parte!

Retornamos para Munique, e saímos para procurar um lugar para jantar. Encontramos um pub, onde assistimos a final da Champions, e acabamos nossa noite no Burguer King.

18/05/2023 – Quinta-feira

No nosso último dia, nós resolvemos conhecer os principais pontos de Munique. O Felipe encontrou um tour de graça (Free Walking Tour), que está disponível em praticamente todas as grandes cidades da Europa. Nós fizemos a reserva pelo site GuruWalk (usamos o Walkative em Berlin e também foi muito bom) – como reservamos em cima da hora, conseguimos somente em espanhol. O tour dura entre 2-3 horas, com uma pausa de 15 minutos, e apesar de ser de graça, no final é comum dar uma gorjeta entre 10-20 euros por pessoa. Nós gostamos muito desse serviço, pois ajuda você a se localizar melhor quando está na cidade pela primeira vez.

O ponto de encontro era na Marienplatz, na estátua de Mariensaule. Ficamos por ali pois meio-dia começava o evento na Torre do Relógio. Seguimos nossa caminhada, e ao longo de todo o percurso o guia trazia o contexto histórico de Munique, e explicações sobre a importância e relevância de cada lugar. Passamos pela Frauenkirche, a catedral de Munique; caminhamos até a Odeonplatz onde aprendemos sobre o surgimento do partido político nazista. Na Max Joseph Platz passamos pela antiga residência do Rei Luís II e pelo Teatro Nacional. Terminamos na frente da Hofbrauhaus, depois de entender a importância da cerveja para a região da Bavaria, e sua origem.

Por nossa conta, caminhamos até o English Garten, pois o Felipe queria ver a galera surfando no rio – e sim, isso realmente existe e pode ser observado o ano todo! Basta buscar por Eisbachwelle no Google, que você vai achar o local para observar esse evento tão peculiar.

Voltamos para o Viktualienmarkt para tomar uma cerveja no biergarten, como uma despedida dessa viagem tão diversa e incrível que fizemos.

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