Phnom Penh

27/03/2016 – Domingo

Logo saindo do aeroporto já deu para notar a diferença. Phnom Penh é realmente uma capital, com muito trânsito, poluição e aparentemente mais perigoda: logo que subi no tuk tuk, o motorista já pediu para eu colocar a minha mochila menor embaixo do banco. Nem questionei, coloquei na hora.

Fiz o check-in no hostel, e resolvi sair para comprar um shampoo. O rapaz da recepção me disse “olha, se você for sair com o celular, deixa ele no bolso, não atende ele na rua porque é perigoso”. É…acho que pela primeira vez na Ásia, fiquei com receio de sair na rua.

Fui em um mercadinho próximo, comprei um shampoo e negociei um tuk tuk pra me levar no Killing Fields e no S21 no dia seguinte por USD 15. Jantei um fried rice no restaurante do hostel, tomei um belo banho e fui dormir para estar 100% no dia seguinte.

28/03/2016 – Segunda-feira

Logo cedo o tuk tuk já me esperava na porta do hostel. Saímos um pouco antes das 8 horas em direção do Choeung Ek Genocidal Center, conhecido como Killing Fields. É uma viagem de 1 hora até o local; mais por culpa do trânsito da cidade do que pela distância. O caminho passa pela periferia da cidade, então prepare-se para ter contato com um pouco de realidade e para comer bastante poeira.

A entrada custa USD 6,00 e você recebe um mapa e um áudio que servem como guia para a visita. As construções originais foram destruídas, mas ponto a ponto você acompanha todo o processo do campo de concentração. Um quarto da população do Camboja foi dizimada durante este regime do Partido Comunista – sendo que grande parte morreu de fome ou falta de cuidados médicos (este governo se considerava “autossuficiente”); todos aqueles que representavam ameaça ao regime, eram presos e enviados para os campos de concentração. Estrangeiros, intelectuais, professores, pessoas com algum tipo de indício de intelectualidade (por exemplo, aqueles que usavam óculos) eram o alvo de Pol Pot. O mais assustador de tudo isso, é que aconteceu entre os anos de 1975 e 1979 – menos de 40 anos atrás.

O relato do áudio é feito por um dos sobreviventes e algumas pessoas que trabalhavam para Pol Pot (pois não tinham alternativa).

As pessoas que eram enviadas para Choeung Ek vinham da S-21 Prison, uma antiga escola que se tornou prisão durante o Khmer Vermelho. Esta antiga prisão fica no meio da cidade – hoje é conhecida como Tuol Sleng Genocide Museum; a entrada custa USD 3. Neste local fiquei mais impressionada, pois muito da estrutura da época ainda está lá – no chão você pode ver várias manchas de sangue. Fotos originais estão em exposição, portanto prepare o estômago.

Em ambos os áudios, em meio aos relatos, o narrador sempre reforça a importância da conservação destes lugares e de nunca esquecermos o que aconteceu lá, para que não se repita.

Resolvi esticar até o Museu Nacional do Camboja. Só a estrutura do museu já vale a pena, ele é muito bonito. O ingresso custa USD 5, e lá dentro existem muitas peças antigas, inclusive várias delas tiradas do Angkor Wat e outros templos de Siem Reap.

O conteúdo é bem interessante mas o museu é bem pequeno. Eu costumo parar para ler somente sobre as peças que chamam mais a minha atenção, então em menos de uma hora eu já tinha saído de lá.

Almocei/Jantei bem tarde no hostel mesmo, pois  precisava deixar a roupa na lavanderia e comprar a passagem de ônibus para Ho Chi Minh (Vietnã) para o dia seguinte. Nem tive que ir na rodoviária; o pessoal do hostel comprou a passagem por telefone, e já ficou tudo certo para a minha viagem no dia seguinte.

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