Raja Ampat, um paraíso desconhecido

23 a 26/03/2019

Encontramos Raja Ampat pesquisando lugares similares a Filipinas – ahhhhhh Filipinas! É uma reserva ambiental bem afastada dos locais mais conhecidos, com poucas opções de hotel e muitas Homestays nas ilhas; o acesso não é dos mais fáceis – você vai pegar alguns vôos e barcos até chegar na ilha da sua Homestay (a não ser que você fique em um hotel em Waisai).

Apesar de ler na internet referências de vôos diretos para Sorong, nós não encontramos em nenhum buscador…então esta foi a nossa jornada:

  1. Vôo Jacarta > Makassar: 2 horas (saída 22:00, chegada 01:40)
  2. Vôo Makassar > Sorong: 2 horas (saída 03:15, chegada 06:30)

Existe muita diferença de fuso horário dentro da Indonésia, devido a quantidade de ilhas, e distância entre elas; vira e mexe você perde ou ganha uma hora.

O banco e as casas de câmbio abrem somente às 09:00, então resolvemos sacar um pouco de rúpias no ATM do aeroporto, já que ainda era muito cedo. Pegamos um táxi até o porto; aparentemente o preço é meio tabelado entre os motoristas: 100.000 rúpias – super caro, pois a distância não chega a 5 km. E além disso, o motorista ainda fez a gente pagar o estacionamento do aeroporto – 7.000 rúpias.

A bilheteria do ferry abre somente às 08:00, e assim que abriu compramos os tickets: 100.000 rúpias por pessoa. E continuamos a jornada:

Public Ferry Sorong > Waisai: 1 hora 40 minutos (saída 09:25, chegada 11:00)

São 2 ferrys por dia (durante a semana): o primeiro com saída programada às 09:00 e o segundo às 14:00. Existe também um vôo de Sorong para Waisai, mas optamos por economizar neste trecho. O ferry tem ar-condicionado, então a viagem foi relativamente tranquila.

Desembarcamos em Waisai, e fomos até um local onde é necessário pagar a taxa ambiental – pagamos um milhão de rúpias por pessoa (no cartão de crédito), e assim tivemos acesso liberado a Raja Ampat por um ano. Pesquisamos muito, mas em lugar nenhum a gente leu sobre esta taxa…convertendo, são aproximadamente R$ 300,00 por pessoa para poder entrar nesta reserva ambiental (super caro e totalmente inesperado).

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Local onde você paga a taxa para entrar na reserva ambiental de Raja Ampat

Para conseguir trocar dólar, era necessário pegar um moto-taxi e adentrar alguns quilômetros na cidade – acabamos não indo atrás disso…resolvemos ir pela praticidade, e acabamos pagando no cartão de crédito (a taxa do cartão eles sempre repassam pra gente – algo em torno de 2 e 3% em cima do valor total).

Lá as pessoas também ficam esperando pelo barco da Homestay…este percurso também é pago e o valor varia de acordo com a distância entre Waisai e a sua Homestay (quanto mais longe, mais caro). Fizemos um combinado com o rapaz da Homestay, que confirmou via e-mail que nos buscaria de barco sem custo…mas ele não apareceu. Arranjaram um barco pra gente, e tivemos que desembolsar mais 700.000 rúpias (que era o resto da grana que a gente tinha).

Waisai > Homestay: aproximadamente 1 hora de percurso

Finalmente chegamos na Homestay! Pesquisamos as opções através do site Stay Raja Ampat, e escolhemos as ilhas Pulau Gam para passar 4 dias. Nossa casinha era muito aconchegante! Ficava na água, sem portas, tínhamos um quarto, uma pequena sala e uma área externa de onde podíamos observar a maré e o pôr-do-sol.

O único barulho que você escuta são os pássaros e as lagartixas, ambos emitiam sons muito curiosos!

A família estava reformando o banheiro – por este motivo o rapaz não conseguiu nos buscar de barco. No final da tarde, já estava pronto. Não existe chuveiro, o banho é com baldinho e por isso percebemos o quanto desperdiçamos água no nosso dia-a-dia; mas no banheiro tem uma privada.

A noite, combinamos com o rapaz de no dia seguinte sairmos para um tour e fazer umas imagens de drone. Neste dia, a gente só ficou descansando, jantou uma comida bem caseira que a mãe dele fazia (e um tanto apimentada) e dormiu.

Acordamos no dia seguinte, e pela manhã nós ficamos ali na Homestay. A tarde saímos para conhecer algumas partes das ilhas Pulau Gam muito bonitas. Fizemos algumas filmagens e fotos, e no meio do nosso primeiro passeio de barco, derrubamos o drone na água. O Felipe foi muito rápido e conseguiu resgatar ele antes de afundar…mas o estrago já estava feito!

Terminamos o passeio, e o Felipe queria morrer de tanta bad…começamos a pesquisar na internet em busca de uma solução para o problema. Encontramos um contato de uma pessoa que conserta drones em Legion (perto de Kuta, em Bali) e que tinha ótimas reviews.

Ficamos horas pesquisando e debatendo se valia a pena, e se sim, como faríamos…pois no nosso planejamento, Bali era o nosso último destino – antes disso ainda tínhamos 12-15 dias em outras ilhas. Consideramos alugar um drone, comprar um novo…mas ambas alternativas eram muito mais caras…então decidimos que tínhamos que consertar o drone, já que precisaríamos dele em alguns trabalhos ao longo da viagem; a partir daí, decidimos antecipar Bali, e com isso, revisar todo o nosso roteiro.

Deu uma trabalheira danada, mas conseguimos remanejar tudo! Perdemos somente 2 dias em Kuta Lombok, mas preferimos deixar as coisas menos corridas.

Ao anoitecer, passamos bastante tempo olhando as estrelas no céu, os caranguejos na areia e o plâncton que brilhava bastante na água.

No terceiro dia de Raja Ampat, saímos bem cedo para finalmente visitar o lugar que nos fez viajar até Raja Ampat: Piaynemo. Foi uma viagem de aproximadamente 1 hora de barco até lá – pagamos 300.000 rúpias para entrar (valor total para o barco). A trilha é super bem estruturada, com uma escada de madeira que leva até o deck no topo…e a vista é surpreendente como nas fotos que vimos!

Ficamos um tempinho ali e seguimos para a próxima parada em uma ilha linda onde almoçamos. Nadamos um pouco por lá, e retornamos para a Homestay.

Ainda era cedo, e enquanto estávamos sentados beira-mar, começamos a escutar alguém tocando um som muito legal próximo dali. Decidimos caminhar até o vilarejo para procurar de onde vinha o som, e foi a coisa mais bacana que a gente poderia ter feito!

O som vinha de uma casinha no mar onde alguns rapazes estavam tocando violão e outros instrumentos, mas isso nos proporcionou uma oportunidade incrível de interagir com as pessoas que vivem no vilarejo. Ficamos parte da tarde lá, com as crianças, os cachorros…um clima muito bacana, no meio de pessoas felizes e super acolhedoras – apesar de não falarmos o mesmo idioma. Foi uma experiência incrível!

A noite acertamos o retorno para Waisai pela manhã – a idéia era chegar cedo para pegar o ferry das 09:00 e tentar antecipar o vôo.

Amanheceu o quarto dia na ilha…saímos bem cedo da Homestay, por volta das 07:00, para embarcar no ferry das 09:00 e tentar antecipar nosso vôo para Bali. Chegamos bem cedo em Waisai (por volta das 08:00), e foi quando descobrimos que a bilheteria para comprar o ticket do ferry só aceitava dinheiro. Próximo ao porto não existe nenhuma alternativa; com medo de perder o horário deixei o Felipe esperando com as malas e montei correndo em um moto-taxi para ir até um ATM a alguns quilômetros dali. O percurso (que deve ter demorado uns 5 minutos) durou a eternidade…e quando finalmente chegamos, não consegui fazer o saque…saímos de lá e fomos até um mercadinho (chamado Surya), onde eles trocavam dólar – a uma taxa bizarra de baixa USD 1 = 13.000 rúpias. Troquei USD 20 e retornei desesperada pois estávamos à beira de perder o Ferry. Foram momentos de muita adrenalina, entrei correndo para comprar os tickets enquanto o Felipe foi correndo até o Ferry para não deixar eles saírem. Corri como louca até o embarque…e deu certo! Que loucura!

Assim que o barco atracou em Sorong, um cara nos abordou dentro do ferry mesmo oferecendo taxi. Fomos até o aeroporto, porém já era 11:00 e o último vôo saiu por volta das 10:00.

Com isso, saímos do ritmo frenético e procuramos na internet por um hotel próximo dali, já que nosso vôo saíria somente no dia seguinte. Do aeroporto fomos trocar dólar (finalmente!!!)…o taxista nos levou no BCA bank, um banco que fica próximo do aeroporto e abre às 09:00.

Ficamos em um hotel super perto: Favehotel, 1,2km do aeroporto. Saímos para almoçar, e andando nas redondezas percebemos que todo mundo buzinava pra cumprimentar a gente…até encontramos com um menininho que vestia a camisa do Neymar; quando falamos que éramos brasileiros, ele ficou doido!

Decidimos ir no restaurante do lado do hotel, onde a cerveja tinha o mesmo preço do prato no almoço – não era dos lugares mais baratos. Ficamos a tarde toda acertando as mudanças no nosso roteiro…compramos as passagens para Bali, adequamos os hotéis às nossas mudanças, e já combinamos com o rapaz do drone que deixaríamos ele lá entre os dias 27-28/03.

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