03 de Abril de 2013 – Quarta-feira
De Águas Calientes até Machu Picchu você tem 2 opções de subida:
- Trilha: 1h20 (cansa um pouco pois é subida)
- Ônibus: 25 minutos (USD 9/pessoa ida + USD 9/pessoa volta).
Optamos pelo ônibus já que subiríamos Wayna Picchu. Wayna Picchu é uma montanha dentro da cidade antiga que com 650 metros de altura (no topo dela, você alcança os 3.000 metros de altitude), cujo ingresso precisa ser comprado antecipadamente e a parte do ingresso de Machu Picchu (não custa mais do que USD 20/pessoa). O número de pessoas é limitado a 400 por dia, e apesar de não ter nenhum pré-requisito para subir, lembre-se bem que se você não tiver preparo físico, será um grande desafio.
Chegando em Machu Picchu, aguardamos o guia, e entramos. Parecia cena de filme, viramos a esquina e “Bem-vindos a Machu Picchu!”. Os olhos brilham e não tem como descrever de tão lindo que é! Foto nenhuma chega aos pés de presenciar e sentir aquele lugar. Fizemos um tour das 06h30 às 8 horas com o guia nos passando informações, e 8 horas ele nos deixou na entrada do Wayna Picchu.
Tínhamos que voltar para pegar o trem das 13h30 em Águas Calientes então planejamos todo o tempo da nossa subida e descida. A subida foi complicada, principalmente porque nem eu e nem o Felipe praticamos esporte. Os degraus são bem irregulares, alguns muito altos, outros muito pequenos. O guia disse que um tempo bom é 40 minutos (para pessoas preparadas) e nós demoramos 1h10 (20 minutos a menos do que pensamos que levaríamos). A vista é linda e a cidade de Machu Picchu fica muito pequena no meio daquelas montanhas. Ficamos uns 10 minutos sentados olhando e bora descer! Levamos meia hora para descer (muito mais fácil), andamos um pouco entre as ruínas e resolvemos pegar o ônibus para Águas Calientes – o velho medo de perder o horário.
Chegamos lá embaixo meio-dia, almoçamos e fomos até o trem. Deu tudo certinho! Descemos de trem, e aí começou a pior parte de toda a viagem. A volta na van! Voltamos com o mesmo motorista, porém os portugueses ficaram um dia a mais em Águas Calientes e por algum motivo realocaram os israelenses em outra van.
Colocaram uma turma conosco, que por sinal era bem nada a ver. Essas horas a diferença de culturas pega pesado; eram muito simpáticos mas confesso que foi tenso. Fiquei entre um casal, o cara sem tênis com o chulé na minha cara, e a menina invadindo quase metade do meu banco. Foram as piores 7 horas da minha vida.
Pra completar, logo no início da viagem, a estrada fechou até às 18 horas pois os trabalhadores estavam fazendo manutenção devido a um desmoronamento. Ficamos esperando das 16h30 às 18 horas dentro da van do chulé até liberarem a estrada.
Uma das meninas passou mal, e só paramos pois o Felipe estava na frente e trocou de lugar com ela para ver se ela se sentia melhor. Não tinha posição pra dormir, fedor do chulé, aperto, vontade de banheiro, curvas, barrancos. Se arrependimento matasse, teria comprado 4 passagens de trem só pra não passar por aquilo.
Chegamos em Cusco 21 horas…destruídos por causa da escalada, do aperto da van, enjôo, sono, enfim…só o caco! Seguimos para a agência do Sr. Florencio para buscar nosso dinheiro da passagem de Puno > Copacabana que eles nunca compraram. Claro que ele já tinha ido embora. Nem estressamos, fomos para o hostel para tomar um banho.
No hostel Royal Inti, que reservamos, falamos com o recepcionista que substituía o Jose, e ele nos disse que tinha um probleminha com nossa reserva. Um casal perdeu o vôo e teve que ficar mais uma noite. Ficaram no quarto que tinha sido reservado e pago por nós. Com toda a calma do mundo eu perguntei se tinha outro quarto. Ele disse que tinha, com banheiro mas com 2 camas de solteiro. Não quisemos, e pedi meu dinheiro de volta para poder procurar outro hostel. Pois bem…
Ele disse que não tinha o dinheiro e que podia pagar só no dia seguinte. É a cidade onde o dinheiro some né…brigamos bastante e o cara nos deu razão. Correu atrás e pegou dinheiro antecipado de um hospede.
Eu tinha feito uma reserva no Pirwa na Plaza de Armas, paguei SOL 10 soles para reservar, dos SOL 90 da diária. Como no Royal Inti pagaríamos SOL 80, ficava elas por elas. Fomos até o Pirwa e isso sim é organização. Meu quarto estava lá, reservadinho!
Estávamos tão esgotados que nem saímos para jantar. Mas eu liguei no celular do Sr. Florencio reclamando que queria meu dinheiro. Disse que precisava do dinheiro no primeiro horário de manhã pois nosso vôo para o Brasil saía cedo. No fim das contas, conseguimos resolver este problema.
Tomamos banho, demos um jeito nas nossas malas e morremos na cama para deixar o Peru na manhã do dia seguinte.
O QUE FARÍAMOS DIFERENTE?
Teríamos dormido mais uma noite em Águas Calientes. Como subimos Wayna Picchu, perdemos o tempo necessário para explorar a cidade de Machu Picchu – já que ficamos meio dia somente lá. Se tivéssemos ficado mais uma noite, poderíamos ter ficado o restante da tarde explorando a cidade com mais calma. Deixamos de ver algumas paisagens por conta da correria.
Definitivamente teríamos pagado pelo trem no percurso Cusco > Hidrelétrica. Não existe ser humano no mundo que discorde de mim. Tirando as pessoas que fazem a trilha Inca (que é bem roots, banheiro no mato e tudo mais), ninguém ousaria dizer que a viagem de van vale a pena. Não se esqueçam, é a VAN DA MORTE!!!
Também não teríamos fechado com a agência. Como o boleto para Machu Picchu + Wayna Picchu pode ser comprado pela internet, dá pra fazer tranquilamente sozinho – claro que você perde as informações que o guia passa ao longo do tour.
Fora isso, Machu Picchu é encantadora e considero mais um dos meus sonhos realizado!